quinta-feira, 19 de maio de 2011

Fortaleza bate novo recorde em consumo de água

     A onda de calor aumentou também, consideravelmente, o consumo de energia elétrica na Capital

    O consumo de água em Fortaleza bateu recorde, em fevereiro de 2010, com quase 11 milhões de metros cúbicos, o maior em 38 anos de atuação da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). Isso porque foi o mês mais quente dos últimos 21 anos. No mesmo período de 2009, o consumo foi de, aproximadamente, dez milhões de metros cúbicos. Em março de , o consumo de água está 1,3% acima do de fevereiro.
      

 





  As altas temperaturas e a aridez do mês passado contribuiram para que as pessoas consumissem mais água como forma de amenizar o calor. Em Fortaleza, foi registrada a maior temperatura, de 34 graus, desde 2005. De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), fevereiro foi também o mais seco em 21 anos. Choveu no Estado apenas 33 milímetros, 78,2% abaixo da média.

     Desde dezembro de 2009 que o consumo de água vem aumentando em Fortaleza. Nesse mês, o volume líquido foi de 10.552.682. Em janeiro de 2010, o volume foi de 10.699.511. Os dados foram divulgados, ontem, em balanço feito pela Cagece.

    Em vista do incremento no consumo, a oferta de água na Capital cresceu em 3,5% e vem aumentando mês a mês. A distribuição aumentou, de janeiro para fevereiro deste ano, 0,52 %, crescendo de 24.784 metros cúbicos por dia, para 24.913 metros cúbicos por dia. Nos nove primeiros dias de março, a elevação foi de 1,3% em relação a fevereiro, com média de consumo diário de 25.221 metros cúbicos por dia.

    O gerente do Controle de Perdas e Eficientização Energética da Cagece, Luiz Celso Pinto, garante que não vai faltar água em cinco anos na Região Metropolitana de Fortaleza, mesmo com elevação do consumo e falta de chuva. Porém, a preocupação em economizar é sempre válida. "Afinal, estamos no semiárido", lembrou o gerente. Mas o racionamento não há necessidade de ser feito, segundo ele. "Temos capacidade operacional de atender os consumidores em toda a Capital. O atendimento está dentro da normalidade".

    De acordo com Celso Pinto, o aumento do consumo é decorrente do crescimento vegetativo populacional e também do aumento de temperatura. "No entanto, o consumo de água foi maior do que o crescimento vegetativo, nos últimos anos. Quem tomava dois banhos passou a tomar quatro e os banhos estão mais demorados", ressaltou. Para ele, o consumo só tende a aumentar daqui para frente por conta do calor.

   De acordo com a aposentada Vera Lúcia Pereira de Macêdo, o normal era se tomar dois banhos na casa dela, mas nesse período tem se tomado quatro. "Meu marido passou a colocar gelo para tomar banho porque a água que sai do chuveiro é quente. As crianças querem passar o dia na piscina", disse. Para ela, a situação é preocupante porque o consumo de água em casa só tem aumentado.

   A pedagoga Vânia Maria Chaves disse que estranhou o calor à noite, o que não era comum em outras épocas. "Temos que consumir mais água. Até mesmo as plantas ficam ressecadas e precisam de mais água".

  Não há motivo para preocupação quanto à falta de água, conforme o assistente da presidência da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Yuri Castro de Oliveira. "A Bacia Metropolitana tem dado conta de abastecer Fortaleza e Região Metropolitana", disse.
 
    Diferentemente dos anos de 1993 e 1994 e de 1999 a 2000, em que a Metropolitana era abastecida pela Bacia Jaguaribe, por meio do Canal do Trabalhador. "Foi a Bacia Jaguaribe que salvou Fortaleza de um colapso", lembrou. Contudo, o assistente assegura que a Capital não corre mais esse risco porque ainda há o Eixão das Águas, construído pelo Governo do Estado do Ceará, que dá uma segurança hídrica de 30 anos para a Região Metropolitana.

   

  





   

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